terça-feira, 29 de outubro de 2013

Geddel dá ultimato a oposições sobre candidatura



 Geddel dá ultimato a oposições sobre candidatura
Ex-ministro Geddel Vieira Lima

Das declarações políticas registradas esta semana pela imprensa, uma merece especial atenção. Ela foi disparada pelo deputado estadual Leur Jr., líder do PMDB na Assembleia Legislativa, e tem cara de ter sido pedida pelo dirigente do partido na Bahia, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o que não diminui o seu mérito. O que disse Leur? Que a escolha da candidatura das oposições a governador tem que sair ainda este ano e que Geddel é o melhor nome, por justificativas que elencou, para liderar as forças oposicionistas rumo ao Palácio de Ondina.

Ao abordar o tema, Leur tocou num assunto crucial hoje para as oposições: o momento mais adequado para a definição da candidatura oposicionista. É sabido, embora não tenha adquirido ainda dimensão pública, que a definição da data para anunciar o candidato a governador das oposições é hoje o tema mais delicado em relação ao qual o grupo se debate. Enquanto Geddel quer pressa na definição, assumindo o ônus e o bônus de lançar-se candidato ainda este ano, outros setores da oposição acreditam que a cautela seria o melhor procedimento neste momento.

Neste campo, estariam principalmente as lideranças do DEM, partido que tem entre seus quadros, segundo as pesquisas, os nomes mais lembrados para a disputa, entre eles o ex-governador Paulo Souto e o prefeito ACM Neto, que, aliás, já adiantou que não é candidato a nada, mas a governar, da melhor maneira possível, a cidade de Salvador. Não é o caso de Souto, cuja discrição em relação à questão muitos ainda acreditam que poderá transformar-se na disposição declarada de assumir o desafio de concorrer mais uma vez ao governo do Estado.

Mas é exatamente a demora em relação à definição da candidatura que mais incomoda o PMDB, principalmente depois que espalham-se indícios de que o governo do Estado, depois de alimentar um debate interno no seu principal partido, o PT, a respeito de quem deveria encabeçar a chapa a governador, deve começar a trabalhar para anunciar seu candidato ainda no mês de novembro, logo após as eleições para eleger os dirigentes estaduais e municipais petistas. Não se pode negar garra, como afirmou Leur Jr., ao ex-ministro Geddel.

Para reforçar o desejo do peemedebista de se lançar candidato, o deputado estadual lançou mão, inclusive, de um aviso que se imaginava impensável há coisa de um ano: "Geddel está disposto a marchar junto com os demais partidos que compõem a oposição baiana e com a candidatura a presidente da República que for apoiada por essas mesmas siglas, divergindo inclusive do seu partido nacionalmente". Leur não precisou acrescentar, mas é um sinal de que Geddel está disposto a chutar o pau da barraca e deixar o governo Dilma Rousseff, onde ocupa uma diretoria na Caixa.

É o preço que o ex-ministro está disposto a pagar para ser candidato. Por meio das declarações de Leur Jr., o PMDB deixou claro o que pensa sobre a sucessão do governador Jaques Wagner (PT). Resta saber como reagirão os virtuais parceiros dos peemedebistas. Se calarão, tomarão uma decisão ou mandarão o recado de volta também por meio de um de seus deputados

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