segunda-feira, 15 de setembro de 2014

GAECO desmantela quadrilha formada por 24 policiais militares no Rio de Janeiro


Corrupção policial no RJ>>>
Pelo menos 19 pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira (15) durante uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro para desmantelar uma quadrilha formada por 24 policiais militares que integravam o 14° Batalhão, em Bangu, na zona oeste da capital fluminense, e exigiriam pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas TRANSPORTADORAS de cargas na área do batalhão. Entre os presos, está o chefe do COE (Comando de Operações Especiais), coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro, o terceiro homem na hierarquia da Polícia Militar.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP trabalha juntamente com a Secretaria de Segurança Pública e a Corregedoria-Geral da PM em vários pontos do Rio.
A denúncia foi encaminhada pelo Gaeco à 1ª Vara Criminal de Bangu, que expediu 43 mandados de busca e apreensão e 25 mandados de prisão preventiva. Entre os denunciados estão seis oficiais que eram lotados no 14° Batalhão: o coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira e o ex-subcomandante major Carlos Alexandre de Jesus Lucas –ambos lotados atualmente no COE–, os majores Nilton João dos Prazeres Neto (chefe da 3ª Seção) e Edson Alexandre Pinto de Góes (coordenador de Operações), além dos capitães Rodrigo Leitão da Silva (chefe da 1ª Seção) e Walter Colchone Netto (chefe do Serviço Reservado). Também são acusados de integrar a quadrilha 18 praças e um civil. 
Segundo o MP, entre 2012 e o segundo semestre de 2013, os acusados e mais 80 pessoas, entre os quais policiais do 14° Batalhão, da 34ª DP (Bangu), da DRCPIM (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial), além de PMs reformados, praticavam diversos crimes de concussão (extorsão cometida por servidor público) na área de atuação do 14° BPM. 
A quadrilha exigiria propinas que variavam entre R$ 30 e R$ 2.600 e seriam cobradas diária, semanal ou mensalmente, como garantia de não reprimir qualquer ação criminosa, seja a atuação de mototaxistas, motoristas de vans e kombis não autorizados, o transporte de cargas em situação irregular ou a venda de produtos piratas no comércio popular de Bangu.  
De acordo com a denúncia, baseada em depoimentos de testemunhas, documentos e diálogos telefônicos interceptados com autorização judicial que compõem mais de 20 volumes de inquérito, "o 14° BPM foi transformado em um verdadeiro 'balcão de negócios', numa verdadeira 'sociedade empresária S/A', em que os 'lucros' eram provenientes de arrecadação de propinas por parte de diversas equipes policiais responsáveis pelo policiamento ostensivo, sendo que a principal parte dos 'lucros' (propinas) era repassada para a denominada 'Administração', ou seja, para os oficiais militares integrantes 'Estado Maior', que detinham o controle do 14º BPM, o controle das estratégias, o controle das equipes subalternas e o poder hierárquico".
Os acusados responderão na 1ª Vara Criminal de Bangu pelo crime de associação criminosa armada, que não consta do Código Penal Militar. A pena é de dois a seis anos de reclusão. Os integrantes da quadrilha também serão responsabilizados pelo Ministério Público pelos diversos crimes de concussão, que serão apurados pela Auditoria de Justiça Militar estadual.
De acordo com a Secretaria de Segurança, a ação é um desdobramento da Operação Compadre, de abril de 2013, quando 78 mandados de prisão foram expedidos, 53 deles contra policiais militares, para a desarticulação de uma quadrilha que realizava cobranças de propina de feirantes e comerciantes com mercadorias ilícitas em Bangu. (Fonte: UOL)

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