quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Ameaça de CPI faz governo agir e tirar assinaturas


Após o discurso do ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR-AM), a oposição se mobilizou, no final da tarde de ontem, e chegou a conseguir as 27 assinaturas necessárias para pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de irregularidades na área dos Transportes. Nos minutos finais do expediente, no entanto, ao menos um dos signatários - o senador João Durval (PDT-BA) - voltou atrás. Ao longo da noite, os oposicionistas ainda tinham esperança de obter outra assinatura, mas corriam o risco, também, de sofrer novas desistências.
O risco de instalação da CPI preocupa a presidente Dilma Rousseff. Na tentativa de contornar o descontentamento da base, a presidente deve se reunir hoje com o Conselho Político, formado por presidentes e líderes de partidos da coalizão.
Além de Durval, a oposição havia conseguido nas últimas horas do dia o apoio dos senadores Reditário Cassol (PP-RO), suplente de Ivo Cassol, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), e Zezé Perrela (PDT-MG). No total, dez senadores da base haviam assinado o requerimento da CPI.

O requerimento foi encaminhado à Secretaria-Geral da Mesa do Senado para conferência das assinaturas. Se os 27 forem conseguidos hoje, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - ou qualquer senador que esteja interinamente na presidência do plenário - terá que fazer a leitura do documento. A partir dessa leitura, o Planalto tem até meia-noite para conseguir retirar as assinaturas.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, conversou ontem à noite com a presidente sobre os problemas de uma eventual CPI. O comentário, no Planalto, é que ninguém sabe o que está por vir. Auxiliares de Dilma temem que a oposição, comandada pelo PSDB, consiga angariar apoio dos insatisfeitos e dê início a uma 'guerra de dossiês'. O Estado de S. Paulo.

O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) retirou nesta manhã a sua assinatura do requerimento de instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as denúncias de corrupção no ministério dos Transportes e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). Ele foi o segundo parlamentar a retirar o seu apoio à investigação. Ontem à noite, o senador João Durval (PDT-BA) já havia comunicado a retirada do seu nome da lista.

Com isso, o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), precisa conseguir duas novas assinaturas para completar as 27 necessárias para o encaminhamento da CPI no Senado.

Ataíde retirou a sua assinatura após pressão do titular do mandato João Ribeiro (PR-TO). Ribeiro, que está de licença e está prestes a reassumir o mandato, é um dos aliados mais fiéis do governo.

Entanto isso mais casos de corrupção vem a tona.

Em entrevista à revista Veja, Oscar Jucá Neto disse que a Conab estaria adiando o repasse de R$ 14,9 milhões a uma empresa de alimentos para barganhar uma comissão de R$ 5 milhões, que seriam acrescentados ao valor da dívida de forma fraudulenta. Ele denunciou, ainda, a venda de um terreno da empresa em uma área nobre de Brasília por R$ 8 milhões, um quarto do valor estimado de mercado, em favor de uma pequena imobiliária, que seria laranja de um influente político do PTB.

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