PMs retiram índios e ativistas que ocupavam prédio vizinho a museu no Rio
- Policiais militares fazem operação para desocupar prédio do antigo Museu do índio, no Rio
O Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro retirou na manhã desta segunda-feira (16) um grupo de manifestantes, entre indígenas e ativistas, que ocupavam desde domingo (15) um prédio vizinho ao antigo Museu do Índio, no Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro.
De acordo com a PM, 25 pessoas foram detidas após supostamente oferecerem resistência para sair do prédio. Elas foram encaminhadas para a delegacia da região (18ª DP). Um índio subiu em uma árvore e se recusa a deixar o local. A ação começou por volta das 6h e contou com 150 policiais do Choque e do batalhão de São Cristóvão (4º BPM). No operacional, o Batalhão de Choque da PM usou gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação.
O advogado André de Paula, da Frente Internacionalista dos Sem Teto, tentou falar com os manifestantes encaminhados à delegacia, mas foi impedido pelos policiais. "Legalmente eu tenho direito de falar com eles, mas estou sendo impedido. Isso é um estado de exceção", disse.
A Radial Oeste, na altura do Maracanã, chegou a ser fechada por aproximadamente três horas para que não houvesse maiores transtornos durante a retirada dos manifestantes. A via já foi liberada pela Polícia Militar.
O Centro de Operações orienta os motoristas que vêm do Méier e região e seguem em direção ao centro a seguir pela rua Visconde de Niterói. Por causa da interdição, há reflexos na avenida Marechal Rondon, na rua São Francisco Xavier e na avenida Professor Manuel de Abreu.
Segundo o governo do Estado, o imóvel ocupado abriga um escritório da Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio). No local, serão construídas "estruturas temporárias" para o complexo esportivo do Maracanã, palco da Copa do Mundo de 2014.
O consórcio que constrói o Complexo de Maracanã afirmou que os ocupantes do edifício saquearam o lugar e deu queixa contra os manifestantes por roubo de computadores e outros equipamentos.
O consórcio que constrói o Complexo de Maracanã afirmou que os ocupantes do edifício saquearam o lugar e deu queixa contra os manifestantes por roubo de computadores e outros equipamentos.
Alguns manifestantes também chegar a entrar no prédio do antigo Museu do Índio, que foi rebatizado de "Aldeia Maracanã" pelos indígenas que viviam no local até o cumprimento de um mandado de reintegração de posse, em março deste ano. No local, será construído o Museu do Futebol.
Prédio foi tombado após manifestações
Em agosto deste ano, a prefeitura tombou de forma definitiva o antigo prédio do Museu do Índio, que fica ao lado do Maracanã e integra o complexo esportivo. O local também é conhecido como Aldeia Maracanã. O governo previa demolir o local.
Em janeiro, o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), desistiu de realizar a demolição, mas previa transformar o imóvel em um museu olímpico, como parte das obras para a Copa e os Jogos Olímpicos de 2016. O Executivo estadual voltou atrás após ser pressionado por manifestações em favor dos índios.
O tombamento era uma das reivindicações do grupo de indígenas que ocupava o local. Eles foram retirados de lá em março, depois de uma polêmica reintegração de posse.
Na ocasião, a PM utilizou balas de borracha e bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar uma manifestação em favor do índios, e teve que retirá-los à força. (Com Agência Brasil e Efe)
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