quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Aliados do governo Jaques Wagner brigam para ocupar um dos cargos

Ainda em novembro, o PDT foi o primeiro partido a cobrar espaço


Wagner não deu pistas sobre o que deve acontecer até o momento 


Após o PCdoB conseguir espaço para abrigar correligionários que não obtiveram êxito nas eleições 2012, crescem os rumores de que os “ajustes” defendidos pelo governador Jaques Wagner não causarão mudanças significativas na estrutura do primeiro escalão.
Nos bastidores circulam informações de que as alterações ficarão restritas a pastas comandadas pelo PT, porém algumas siglas lutam por mais espaço dentro do governo – algumas ainda a caminho de desembarcar em definitivo na base.
Ainda em novembro, o PDT foi o primeiro partido a cobrar espaço. À época, o presidente estadual da legenda, Alexandre Brust, argumentou o crescimento das vitórias de pedetistas nas urnas para chegar a outras searas no governo estadual.

Com duas secretarias - Ciência e Tecnologia (Secti), tendo à frente o deputado estadual Paulo Câmera e Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), com Nestor Duarte – e a presidência da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), sob o comando do próprio Brust, o PDT tenta ainda ampliar os espaços nos cargos federais indicados pelo governo do estado.

Apesar do discurso virulento no final do ano passado, o dirigente da sigla é mais cauteloso agora, com a proximidade da divulgação dos ajustes feitos por Wagner. “A Assembleia retorna os trabalhos esta semana e, na semana que vem, vou tentar agendar uma audiência com os deputados e o governador para falar sobre esse assunto. O PDT não disputa cargos, defende bandeiras. E evidente que, para defender bandeiras, o PDT precisa de espaço”, minimiza Brust.
Caminhando a passos largos em direção à adesão à base de Wagner, o PSC também deve abocanhar um naco no governo. O presidente estadual da sigla, Eliel Santana, admite que o apoio ao candidato do PT à prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino, no segundo turno contribuiu para a aproximação da legenda, porém nega que a negociação para migrar envolva cargos.

“Realmente foi conversado sobre a presidência do Ibametro [Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade], para indicarmos um quadro, mas ainda não foi colocado à disposição”, aponta Santana.

Mesmo tendo um filiado à sigla recentemente indicado à direção de tarifas da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), o ex-vereador de Salvador Paulo Magalhães Jr., o dirigente sugere que o cargo não contempla um pleito do partido.

“O que tem nos interessado no governo não são cargos, mas nos sentirmos acolhidos pelo governador, com nossas bandeiras, nossas ideias. Mas a questão de participar do governo é mais do governador do que nossa”, sugere.

Outro partido em vias de aderir a Wagner, o PR já contabiliza a indicação do diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), José Lúcio Lima Machado, e deve ficar com o controle da Agência Reguladora de Saneamento da Bahia (Agersa), criada em novembro e ainda sem estrutura estabelecida.

A negociação foi feita entre o presidente estadual da sigla, o ex-senador César Borges, e o governador Jaques Wagner, sob protestos de deputados estaduais da legenda.
Primeiro escalão

As eventuais mudanças no primeiro escalão são parte de brigas de forças internas do PT. A coordenação do governador Jaques Wagner tenta dar celeridade sem alterar a composição do governo, o que contribui para os sucessivos adiamentos de anúncio.

Entre os nomes citados para ocupar cargos no secretariado estão a ex-prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, o atual líder do governo na Assembleia, Zé Neto, e migrações como a de Cezar Lisboa da secretaria de Relações Institucionais (Serin) para a secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes). Por enquanto, Wagner não deu pistas sobre o que deve acontecer.

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