O Metrô de Salvador foi lançado no ano 2000 e a previsão era de que, a um custo de R$ 325 milhões, os quase 12 quilômetros de trilhos fossem entregues para a cidade em três anos e meio. Onze anos depois, a construção já consumiu R$ 585 milhões e apenas 6,5 km foram concluídos, mas não funcionam. Desde então, casos de má gestão, superfaturamento, desvio de recursos e alterações no projeto original foram descobertos. No ano passado, o Ministério Público Federal propôs a ação por improbidade administrativa contra seis construtoras e 11 ex-gestores por suspeita de irregularidades, inclusive na licitação. Entre outros absurdos, descobriu-se que só para guardar os vagões num galpão, durante um ano e nove meses, gastou-se R$ 1,5 milhão.
Histórico de atrasos
As obras do metrô de Salvador começaram, sob responsabilidade do consórcio Metrosal, formado pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Siemens. O cronograma previa a construção de 12 quilômetros, na primeira etapa do projeto, que deveria estar concluída em quatro anos.
Desde então, sucessivas suspensões da obra foram determinas pela Justiça devido a suspeitas de irregularidades, incluindo superfaturamento. Também as greves dos trabalhadores prejudicaram o andamento dos trabalhos.
O projeto original passou por um processo de reformulação que o reduziu à metade a meta de construção, resumindo-se a seis quilômetros. As obras já consumiram cerca de R$ 1 bilhão dos cofres públicos, quando a previsão era de R$ 400 milhões para todo o percurso de 12 quilômetros – que ligava o centro da cidade aos bairros de Pau da Lima e Pirajá, dois dos mais populosos da capital.
“A população que mora no subúrbio e que mais necessita desse tipo de transporte não será completamente atendida. Terá que ficar pela metade do caminho”, comenta Paulo Roberto Silva dos Santos, secretário-geral do Sindicato da Indústria Pesada, que congrega os trabalhadores do metrô.
“Pelo menos que eu tenha conhecimento, não existe outro [metrô] com essa extensão [de seis quilômetros]. Além de todo esse atraso, só se faz pela metade. É mesmo um absurdo. Só aqui na Bahia”, afirma.
O atual projeto, além de não atender a população, não resolverá os problemas provocados pela crescente frota de automóveis e motocicletas, que torna cada vez mais caótico o trânsito na capital baiana. Pitombo ressalta que, para a operacionalização a contento dessa primeira linha do metrô, será necessário um projeto de integração com os ônibus da região atendida, “muito eficiente”, do contrário, não funcionará.
O projeto original, com todas as suas etapas concluídas, prevendo a abrangência de 40 km, hoje já estaria obsoleto. “O trânsito em Salvador na atualidade é completamente diferente do que existia há 11 anos, O grande desafio do momento é oferecer um transporte público de qualidade, que motive os donos de carros a deixarem os seus veículos em casa.
Para isso, ressalta, o metrô teria que atender à clientela cativa do transporte coletivo e a essa outra que anda de carro. “Se a primeira etapa fosse concluída na íntegra, já não proporcionaria esse resultado, quanto mais sendo apenas seis quilômetros.”
Segundo os administradores da obra, ainda faltam R$ 80 milhões para terminar a obra. Embora a metade da primeira etapa ainda não esteja completamente finalizada, os governos estadual e municipal planejam a conclusão para a Copa do Mundo de 2014.
Segundo os administradores da obra, ainda faltam R$ 80 milhões para terminar a obra. Embora a metade da primeira etapa ainda não esteja completamente finalizada, os governos estadual e municipal planejam a conclusão para a Copa do Mundo de 2014.
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