Base governista contraria governo e retira dinheiro público para a Copa
FERNANDO MELLO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Contrariando a orientação do PT e do Planalto, a base governista se uniu à oposição e derrubou o trecho da medida provisória 611 que liberava R$ 43 milhões para viabilizar serviços de telecomunicações a ser utilizada pela Fifa na Copa do Mundo de 2014.
Deputados da oposição e da base governista disseram que seria contrário "às vozes das ruas" aprovar o repasse de dinheiro para a Fifa, no momento em que manifestantes em todo o país criticam os gastos nas obras da Copa do Mundo.
Todos os partidos apoiaram o destaque apresentado pelo PPS, que retirava esse trecho da proposta. Apenas o PT votou pela manutenção da liberação da verba.
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
A presidente Dilma Rousseff durante reunião com governadores e prefeitos para tratar das demandas das manifestações |
A Medida Provisória abria crédito extraordinário para diversos ministérios, com o objetivo de atender programas como garantia-safra, desenvolvimento sustentável em áreas rurais e ações de Defesa Civil. A mesma Medida Provisória, no entanto, abria espaço para que, indiretamente, o governo federal repassasse dinheiro público para atender uma exigência da Fifa.
A presidente Dilma Rousseff e parlamentares do PT têm defendido que as obras da Copa tenha mais financiamento do que repasse direto de verbas públicas.
"A presidente Dilma afirma que não há dinheiro público investido na Copa, o que disse não é verdade. Agora, com essa MP, ainda quer repassar R$ 43 milhões para o Ministério das Comunicações atender um pedido da Fifa", disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno.
Em plenário, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT), disse que parte da verba, cerca de R$ 33 milhões, já estava empenhada e que a derrubada desse trecho traria problemas ao país. O PSOL disse que apresentará uma proposta para a devolução dessa verba.
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