Cubana do Mais Médicos deixa local de trabalho e pedirá asilo
Uma médica cubana do programa Mais Médicos lotada na cidade de Pacajá, no Pará, foi levada nesta terça-feira para a Câmara dos Deputados, onde ficará abrigada na liderança dos Democratas (DEM). A profissional disse que fugiu de seu local de trabalho por ter se sentido enganada ao ficar sabendo que receberia menos que outros médicos do programa. O DEM afirma que pedirá amanhã com pedido de asilo político para a cubana no Ministério da Justiça.
Ramona Matos Rodrigues, 51 anos, assinou contrato para atuar no Brasil no dia 27 de setembro do ano passado. Ela afirma ter sido informada em Cuba que receberia US$ 400 por mês no País (aproximadamente R$ 966) e que outros US$ 600 (R$ 1.450) seriam depositado em uma conta em seu país, valor que poderia sacar no fim do programa, além de R$ 750 em auxílio alimentação, estadia e transporte.
A médica disse ter ficado sabendo, quando chegou ao Brasil em outubro, que profissionais chamados de outros países receberiam salário mensal de R$ 10 mil. “Quando eu estive no curso, estiveram outros médicos de outros países, argentinos, colombianos, que falavam para nós que iam ganhar R$10 mil reais”, disse.
“Quando eu vi que havia esta diferença, eu me senti muito mal. (...) Me senti enganada”, disse a médica, natural de Havana. Ela conta que achou o salário bom inicialmente, pois ganhava US$ 30 por mês em Cuba, mas que não imaginava que o custo de vida no Brasil seria alto.
Ramona alega ter fugido na última sexta-feira e não detalha como chegou sábado a Brasília, onde encontrou o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO). Ela foi levada pelo parlamentar ao plenário da Câmara na noite desta terça; Caiado foi um dos principais críticos do programa Mais Médicos na Casa.
A cubana disse ter sido avisada por uma amiga que a Polícia Federal (PF) procurou por ela depois de ter deixado a cidade. Ela teme ser presa e deportada para Cuba. O contrato assinado por ela não fala em deportação.
O deputado Ronaldo Caiado colocou em dúvida a razão social da empresa com quem o governo brasileiro assinou os contratos. Segundo ele, o governo alegava que se tratava de um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), enquanto o contrato indica que a médica assinou contrato com a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos. ”Essa é a utilização explícita da mão de obra escrava”, criticou.
O Terra tentou contato com o Ministério da Saúde, mas não recebeu resposta sobre o caso.
As informçoes são da revista Istoé
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