Governo prepara ofensiva contra críticos da Copa
Protesto conta a Copa em São Paulo
Preocupado com as manifestações
contra a Copa do Mundo no Brasil, o Palácio do Planalto estuda um plano
para deixar os gastos com o Mundial mais transparentes.
Diante da reação popular e dos vários episódios de vandalismo, a avaliação do governo é que com a população melhor informada e esclarecida, as manifestações fiquem menos violentas.
A ideia é mostrar quanto custou cada arena e as obras de infraestrutura do mundial e até compará-las com as que foram feitas em outros países.
A estratégia de comunicação ainda está sendo montada e será apresentada à presidenta Dilma Rousseff nos próximos dias.
Uma da preocupações é com o movimento "não vai ter Copa" e com as críticas sobre a organização e os gastos para realização da Copa do Mundo.
Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, a presidente definirá a amplitude das ações.
"Nós temos que esclarecer quanto está sendo gasto com os estádios, quanto está sendo gasto com infraestrutura, que é muito mais, dizer qual a importância da Copa para o Brasil", disse a fonte a jornalistas.
Apesar de reconhecer o atraso na reação do governo, meses após as manifestações em diversas cidades do país em junho do ano passado, durante a Copa das Confederações, o membro do Executivo considera que é possível, com mais transparência, reduzir as críticas aos gastos com a preparação para o Mundial.
"Essa campanha pode ajudar a isolar ou reduzir a presença (nas manifestações) daqueles que são contra a Copa", disse.
O orçamento consolidado da Copa do Mundo aponta gastos de 25,5 bilhões de reais com a realização do evento, incluindo obras de infraestrutura como aeroportos e corredores de ônibus, mas também a reforma ou construção das 12 arenas do Mundial. Desse total, 3,7 bilhões são provenientes da iniciativa privada.
O investimento em estádios chega a 8 bilhões de reais, dos quais apenas 133,2 milhões são de investimento privado, de acordo com a matriz de responsabilidade da Copa.
O movimento "não vai ter Copa", que começou nas redes sociais, chegou às ruas este mês com diversas manifestações convocadas pelo país.
A maior parte delas não reuniu muitas pessoas, mas em São Paulo os protestos terminaram em tumulto e um dos manifestantes foi baleado pela Polícia Militar.
Na avaliação do Executivo, as manifestações voltarão durante a Copa, em junho e julho deste ano, e o governo tem que explicar claramente o que está investindo no evento para "evitar que meias-verdades" impulsionem os protestos, de acordo com a fonte.
No ano passado, a Copa das Confederações foi marcada por uma avalanche de manifestações, que entre outras reivindicações pediam melhores serviços públicos e criticavam os gastos com o evento.
Os protestos muitas vezes resultaram em atos de violência, preocupando as autoridades e a Fifa.
Segundo esse integrante do governo, Dilma não conta com a Copa do Mundo como um trunfo político para a reeleição.
"O que não se esperava, porém, é que a Copa ficasse na coluna do prejuízo", afirmou.
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