segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Corpo de cinegrafista morto em tiroteio no Rio será enterrado hoje




Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, foi assassinado por traficantes na Favela de Antares, Zona Oeste do Rio. Ele cobria, com outros colegas jornalistas, uma operação da polícia.

O Bom Dia Brasil abre a edição desta segunda-feira (7) com a história de um doloroso atentado à liberdade de imprensa no Brasil. O cinegrafista Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, foi assassinado no domingo (6) por traficantes, enquanto cobria uma operação policial na Favela de Antares, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Na chegada à favela, a polícia é recebida a tiros. Os policiais estão acompanhados por um grupo de jornalistas, de vários órgãos de imprensa. Entre eles Gelson Domingos, repórter cinematográfico da TV Bandeirantes.

Quando os repórteres constatam que há tiroteio intenso, tomam a decisão recomendada pelos especialistas em segurança: não entram na favela e ficam em uma área protegida, longe dos tiros. Nas imagens do repórter cinematográfico da TV Globo, Allex Neder, é possível escutar o repórter da Band, Ernani Alves, falando com o cinegrafista: “Protege aí, Gelson”.

Isso tudo acontece em um dos acessos à comunidade de Antares. O cinegrafista da Band e os outros profissionais da imprensa permanecem fora da favela, protegidos atrás de muros. Eles ficam na companhia de um grupo de policiais do Batalhão de Choque, que está aguardando, enquanto homens do Bope ocupam a área dentro da Favela de Antares.

Depois de alguns minutos, os tiros cessam. Os jornalistas ouvem a informação de que o Bope teria controlado a favela. Os policiais do choque entram na comunidade. Os jornalistas, então, tomam a decisão de acompanhá-los.



O repórter e o cinegrafista da Band, além do cinegrafista da Globo, seguem juntos. Em seguida, o cinegrafista da Record se junta ao grupo. Poucos minutos depois, o tiroteio recomeça, surpreendendo a todos. O repórter cinematográfico da Band percebe que os bandidos os localizaram. Policiais e jornalistas avançam mais alguns metros. No final da rua, a tensão aumenta. Os policiais percebem o perigo, e os tiros recomeçam.

Não é possível ver, mas Gelson está filmando do outro lado da rua e acaba atingido. Com o cinegrafista da Bandeirantes caído, o tiroteio continua. O policial atira, dando cobertura para que o outro PM chegue até Gelson. O jornalista usava um colete à prova de balas, que não foi suficiente para protegê-lo. Os policiais aguardam aproximadamente dez minutos até a chegada do reforço do Bope, que permite retirar o grupo da favela.

Gelson Domingos foi trazido por policiais em uma viatura do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Os médicos que atenderam o cinegrafista disseram que ele já chegou morto na unidade, que tentaram ressuscitá-lo e não conseguiram. A bala de fuzil perfurou o colete que Gelson usava sobre a camiseta, entrou pelo peito e saiu pelas costas.

“Ele gostava de fazer, é a profissão dele. Amava a profissão dele”, comentou o irmão de Gelson Domingos, Ricardo Silva.


















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