sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ministro chora e se diz vítima de preconceito da "imprensa do sul"



Mario Negromonte durante evento do programa
 Minha Casa Minha em Salvador, Bahia

Mário Negromonte chorou depois de receber mensagens de apoio durante o lançamento da segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida


Envolvido em denúncias de fraude na alteração do projeto de mobilidade urbana de Cuiabá, o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), disse nesta sexta-feira, em Salvador, ser vítima de "fogo amigo" dentro do governo e acusou a imprensa de ser preconceituosa com mulheres e nordestinos. "Identifico fogo amigo, claro que sim! Partidos da base aliada e o próprio PP nacional – não da Bahia – têm interesse no Ministério", acusou. "As denúncias surgem porque o Ministério é importante. A gente toma conta de diversos programas, como o Minha Casa, Minha Vida, de 170 bilhões de reais, o de saneamento básico, de 50 bilhões de reais, o de mobilidade urbana, de 30 bilhões de reais. E a gente contraria muitos interesses. Aqui e acolá tem meia dúzia de insatisfeitos na bancada, é normal".



O ministro participou durante a manhã de um evento no qual foi anunciada a construção de imóveis da segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida. Durante a solenidade de lançamento da segunda etapa do programa, Negromonte chorou depois de receber mensagens de apoio nos discursos do presidente da Assembleia baiana, Marcelo Nilo (PDT), e do presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Luiz Caetano (PT). O ministro se emocionou ao cumprimentar Nilo em seu discurso. "Quero dizer que você é um grande amigo", disse, antes de perder a voz. "Obrigado pela solidariedade. Fique certo que eu jamais irei decepcionar os amigos, o povo da Bahia ou meus familiares".

Deputado eleito pela Bahia, Negromonte acusou a "imprensa do sul" de ser preconceituosa. "As denúncias vêm de parte da imprensa, insatisfeita com o governo federal, interessada em enfraquecer a presidente Dilma Rousseff", afirmou. "É uma mulher e existe discriminação. Existe discriminação com o nordestino também. Fizeram uma ilação com a Festa do Bode (Negromonte é acusado de tráfico de influência para ajudar a financiar o evento). Se fosse a Festa da Uva ou da Maçã, certamente ninguém faria discriminação. Mas como é Festa do Bode, coisa de nordestino, e o ministro é nordestino, tome cacetada".

Sindicância - Sobre a possibilidade de exonerar auxiliares, o ministro disse ter instaurado uma sindicância para "apurar eventuais irregularidades" e ter avisado a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público. "Disponibilizei toda a documentação original", disse. "Mas não vou culpar ninguém antes de julgar. A sindicância vai apontar se houve erro e não vou passar a mão na cabeça de ninguém".

O ministro, porém, diz não ver irregularidades, previamente. "É bom que se entenda que ainda não houve licitação, quem tiver desconfiança tem de ir ao Mato Grosso procurar o governador Sinval Barbosa (PMDB)", declarou. "O governo passado tinha feito uma proposta de BRT e o governador achou por bem mandar os técnicos analisarem melhor e quis o VLT, que é uma coisa mais moderna. Aí, mandou a proposta para Brasília, para uma decisão colegiada da Gecopa, que reúne técnicos dos Ministérios das Cidades, do Planejamento, da Fazenda, do Turismo e do Esporte. Quando ele nos procurou, propondo a alteração, eu disse: 'mudar o modal, tudo bem, mas você vai ter de batalhar para conseguir mais recursos'. Ele vai conseguir mais recursos buscando o financiamento através do seu governo".

Negromonte disse estar tranquilo sobre sua permanência no cargo. "Quem me ligou foi o ministro Gilberto Carvalho (secretário-geral da República), dizendo que eu ficasse tranquilo, que a presidente da República conhece todo o trâmite, que por ela não tem problema nenhum", disse. "Não tenho apego a cargo, não vou ficar de joelhos para ninguém. Fico muito honrado de fazer este trabalho junto com a presidente Dilma, a primeira mulher presidente do Brasil, mas só vou ficar lá se me sentir confortável e ela também. Se eu sentir que ela não me quer, eu vou lá e entrego".



(Com Agência Estado)









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