Polícia Federal investiga dois deputados federais um deles é Fernando Torres
A Polícia Federal quer que o STF (Supremo Tribunal Federal) autorize a abertura de investigação contra dois deputados federais que usaram notas fiscais de empresas suspeitas de participarem do esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão.
Os nomes dos deputados federais Taumaturgo Lima (PT-AC) e Fernando Torres (PSD-BA) apareceram em documentos da investigação que tramitava no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e apurava o uso de empresas para lavar dinheiro.
Na semana passada, parte da investigação sobre os fundos de pensão já havia sido remetida ao STF pela Justiça Federal porque outros três deputados federais foram flagrados em conversas com o doleiro Fayed Traboulsi, acusado de ser um dos chefes da quadrilha que movimentou R$ 300 milhões em 18 meses.
Segundo investigações da polícia e do Ministério Público do DF, os dois deputados usaram notas da MC Incorporação e da Gold Incorporação e Consultoria para justificar o gasto da verba de gabinete e pedir reembolso à Câmara.
Taumaturgo pediu ressarcimento de ao menos R$ 77 mil, e Torres, de R$ 14 mil. As duas empresas aparecem entre as usadas para lavar dinheiro do esquema.
A Folha não localizou Torres para falar sobre o caso. Taumaturgo Lima confirma que contratou as duas empresas, mas diz que o serviço foi prestado e que ele desconhecia a participação delas em qualquer irregularidade.
"Até onde eu sei, não estou sendo investigado. Contratei a MC para elaborar e fazer a manutenção do meu site e aluguei dois carros com a outra empresa em 2011. Não fiquei satisfeito e não as contratei mais", afirmou Lima.
Ontem, o juiz Evandro Neiva, da 8ª Vara Criminal de Brasília, revogou a prisão de Fayed e de outros quatro suspeitos que estavam presos desde 19 de setembro, quando a Operação Miqueias, da PF, foi deflagrada.
Além de Fayed, foram soltos o policial civil aposentado Marcelo Toledo e a delegada Sandra Maria da Silveira, denunciados por corrupção, além de Carlos Marzola e Flávio Júnior, ambos suspeitos de comandar a abertura das firmas fantasmas e das contas bancárias.
Assim como o colega da Justiça Federal, Evandro Neiva também enviou toda a apuração ao STF por entender que não cabe a ele decidir se os dois deputados serão investigados.
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