A intervenção na 3ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Feira de Santana para investigar diversas denúncias de irregularidades em quase todos os setores, deve ter contribuído para a tragédia ocorrida na manhã de quinta-feira (29), às 7:40hs aproximadamente, no estacionamento do 2ᵒ Grupamento do Corpo de Bombeiros, quando o sargento da Polícia Militar, Amarildo Novais, responsável pelo setor de habilitação, pode ter deflagrado sete tiros atingindo dois outros servidores das Ciretran.
O fato ocorreu no interior de um veiculo Cerato, os servidores Luiz Eugênio Teixeira dos Santos, examinador de provas de ruas e a assistente administrativa, que também era examinadora, Maria das Graças Costa Veiga, foram atingidos tendo morte imediata. Luiz Eugênio estava ao volante do veiculo e Maria das Graças no banco trazeiro, lado oposto ao do motorista.
A arma utilizada pertencia ao Sargento Novaes. Todos os disparos foram efetuados pela arma do Sargento. As conclusões preliminares da polícia técnica dão conta que o Sargento Novaes realizou os disparos contra os colegas de trabalho e depois teria atirado na própria cabeça, cometendo suicídio.
Os primeiros socorros foram prestados por policiais do Corpo de Bombeiros que acionaram o SAMU. O Sargento Novaes era o único que ainda apresentava sinais de vida, foi conduzido para o Hospital Geral Clériston Andrade, não resistiu, faleceu ao dar entrada na unidade hospitalar.
Deve-se salientar que irregularidades e denuncias de práticas suspeitas nos serviços prestados pela Ciretran em Feira de Santana é muito antiga. Os envolvimentos comprometem muita gente. Resta saber se depois dessa tragédia os trabalhos de investigação vão continuar ou se caixa de Pandora será novamente fechada, e tudo fica como antes...
Uma coisa é se comenta nos quatro cantos da cidade, com a morte dos três servidores muitas informações desapareceram para sempre, e outros estão conseguindo respirar, com um certo temor é claro.
Mesmo porque força tarefa comandada pelo coordenador interino do órgão e interventor, Osvaldo Moura, e mais 10 servidores designados pelo Detran – Bahia, tinha observado que muitos veículos eram considerados como vistoriados sem que sequer tivessem sido levados ao pátio da Ciretran.
Em outras situações ficou constatado que carros roubados e adulterados estavam sendo regularizados e que examinadores facilitavam as aprovações de candidatos submetidos aos exames de rua para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação. A situação na Ciretran continua tensa e os desdobramentos até o presente momento são imprevisíveis.
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