Cirurgia para redução da mama atrai mais de 300 pessoas
Mais de 300 mulheres procuraram o ambulatório do Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher) na manhã desta sexta-feira (27) para participarem da seleção para cirurgia de gigantomastia (redução da mama). Inicialmente o mutirão contempla 20 mulheres, mas o número pode ser maior, conforme o cirurgião plástico César Kelly Villafuerte.
A iniciativa é da Prefeitura de Feira de Santana, através da Fundação Hospitalar, em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Para serem contempladas com o mutirão, as mulheres precisam ter mais de 4 quilos de mama, ter tido filhos já que ficam impossibilitadas de amamentar no futuro, carência econômica e faixa etária entre 18 e 65 anos.
Embora tenham sido distribuídas 120 senhas, César Kelly diz que pretende avaliar as condições de todas as mulheres que comparecerem ao hospital. Durante a observação da paciente é preenchida uma folha de identificação e avaliação médica com assistente social para examinar o tamanho dos seios.“Todas as vezes que fazemos um mutirão pensamos que o número de pacientes vai diminuir, mas é tudo ao contrário. Isso deve acontecer porque temos cumprido com a palavra de fazer as cirurgias”, considera.
Ainda no mês de outubro deste ano serão realizadas 10 cirurgias no Hospital da Mulher, e a cada mês serão feitas mais duas operações. Até as 9 horas foram atendidas 60 pessoas. O projeto começou há dois anos e, nesse período, foram operados mais de 50 pacientes.
“Essas pessoas são limitadas fisicamente e muitas delas são motivos de chacota e acabam se isolando em casa. Portanto, podem ter dor nas costas e todos os motivos para que não consigam trabalhar. Mas, quando fazem a cirurgia recuperam sua dignidade como pessoa e se integram novamente à sua vida familiar e social”, pontua o cirurgião.
A dona de casa Núbia Santos, por exemplo, enfrenta o problema desde os 15 anos. “Sinto muita dor na coluna e às vezes não consigo nem levantar da cama. Depois da cirurgia vou me sentir muito melhor”, disse. O mesmo problema é enfrentado pela doméstica Eliene Lagos. “Chego a sentir falta de ar, dores nas costas e dor de cabeça. Se eu conseguir essa oportunidade vai ser maravilhoso. Estou lutando por isso há três anos”, conta.
Feira de Santana é a primeira e única cidade do Brasil a oferecer o programa, conforme César Kelly. As mulheres não têm nenhum custo com a cirurgia. Caso fossem realizar o procedimento na rede particular gastaria de R$ 8 mil a R$ 12 mil.
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