Sêmen de 6 dos 10 réus do caso New Hit foi detectado, afirma Promotoria
Laudo apresentado em audiência identifica sêmen nas roupas das vítimas. Sessão foi suspensa a pedido da defesa, que alegou insegurança.
Os exames de DNA apresentados pela Promotoria em audiência nesta terça-feira (3) indicam presença de sêmen de 6 dos 10 integrantes da banda de pagode New Hit nas roupas das vítimas. Nove músicos e um policial são suspeitos de abuso sexual contra duas garotas então com 16 anos. A sessão ocorreu no Fórum da cidade de Ruy Barbosa, localizada a 300 Km de Salvador, e foi suspensa a pedido da defesa dos réus, que alegou insegurança.
"Segundo o DPT [Departamento de Polícia Técnica], foi confirmado o DNA de seis deles nas vestes delas. São peças diversas. Isso prova que foi mais de uma pessoa, corrobora com as versões das vítimas para o caso, de que elas foram violentadas por vários", diz a promotora Marisa Jansen. Segundo ela, o fato do sêmen de seis dos suspeitos terem sido encontrados nas peças de roupas não exclui a participação dos outros quatro na ação contra as adolescentes.
A audiência desta terça ouviu uma testemunha de defesa, pela manhã, e interrogou um dos sócios da banda à tarde.
A Promotoria informa que o sócio afirmou que a relação sexual foi consensual, como argumentado pela banda desde o início do processo.
A sessão suspensa foi remarcada para os dias 17, 18 e 19 de setembro. A promotora afirma que os advogados alegaram insegurança na cidade. "Um coronel garantiu a segurança. Mesmo assim foi suspensa", afirma.
O advogado do coreógrafo da banda relata que o grupo foi perseguido durante almoço em um restaurante, no intervalo da audiência, e que um dos réus chegou a ser agredido."Eu fui almoçar com dois advogados e os meninos da banda. Quando nós estávamos no restaurante, de repente chegou uma van cheia de gente. Partiram para invadir o restaurante. Os donos do restaurante fecharam as portas e depois começaram fogos de artifício, amedrontando todo mundo. E aí ninguém mais almoçou, foi aquele pânico", argumentou Leite Matos.
"Voltamos para o fórum e começou tudo de novo. A juíza entendeu que seria bom adiar a audiência e marcar para os dias 17, 18 e 19 de setembro como forma de evitar uma tragédia. Já foi pedido reforço policial", acrescentou.
Audiência
A movimentação no Fórum de Ruy Barbosa começou por volta das 8h30, com a chegada da promotora Marisa Jansen. Ela falou rapidamente com a imprensa e se mostrou confiante na condenação dos reús. Os integrantes do grupo chegaram logo depois, por volta das 9h, e não falaram com os jornalistas. Na ocasião, o advogado dos réus disse acreditar na inocência dos rapazes e na absolvição.
As adolescentes apontadas como vítimas do abuso não foram ao fórum da cidade. Elas foram representadas por uma advogada do Centro de Defesa da Criança (Cedeca), Isabela da Costa Pinto, que afirmou esperar a condenação dos réus e destacou o quanto as meninas tiveram a vida abalada pela suposta agressão. As informações são do G1.
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