O Banco do Brasil se tornou um campo de guerra. Grupos de várias tendências do PT, o partido da presidente Dilma Rousseff, estão se digladiando por espaço no comando da maior instituição financeira da América Latina. A batalha, que vinha sendo travada discretamente nos bastidores, ganhou os holofotes desde que o presidente do BB,
Aldemir Bendine, decidiu promover uma ampla mudança entre os seus subordinados diretos. Por meio de uma única canetada, trocou 13 diretores. O problema é que tal atitude está custando caro ao Palácio do Planalto.
Um dos atingidos, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), decidiu boicotar a votação do principal projeto do governo na retomada dos trabalhos legislativos: o fundo de previdência dos servidores públicos. Dilma já havia declarado, por diversas vezes, que a definição de um teto para a aposentadoria do funcionalismo é vital para manter o equilíbrio das contas públicas. Maia, porém, se sentiu traído por ver dois de seus indicados para o BB perderem as funções. “O fogo amigo contra Bendini só tem aumentado. Mas ele conta com o total apoio do ministro da Fazenda, Guido Mantega”, disse um assessor do Planalto.
A briga de Bendine com o PT é antiga. Logo que tomou posse, em abril de 2009, ele tratou de minar, aos poucos, a influência que o deputado Ricardo Berzoini, um dos expoentes do partido, tinha no banco. O parlamentar era responsável pela nomeação de vários diretores e vice-presidentes do BB. Mas, diante da necessidade de profissionalizar a gestão do banco, cujas ações vinham sendo castigadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), Mantega deu carta branca para Bendine “despetizar” ao máximo o comando da instituição.
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