sábado, 7 de janeiro de 2012

Justiça nega pedido de soltura de pastor acusado de violentar crianças




                        O advogado do religioso, com o pedido de habeas corpus

A Justiça negou o pedido de relaxamento de prisão de Josuel Gonçalves de Sousa, 45 anos, suspeito de violentar dois meninos, de 6 e 8 anos. O advogado do pastor entrou com habeas corpus no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) no início da tarde de ontem. Agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) prenderam o suspeito na manhã de quinta-feira, na casa em que ele mora, na QE 24 do Guará 2. Josuel teria abusado das vítimas em pelo menos cinco ocasiões, no período de um ano. Ele, no entanto, nega e diz que a mãe de um dos meninos inventou a história porque ele não respondia às investidas da mulher. O religioso responde por estupro de vulnerável e, se condenado, pode pegar de oito a 15 anos de prisão.

Para pedir a prisão preventiva do líder evangélico, a polícia se baseou nos depoimentos das vítimas e de familiares. Na casa do suspeito, agentes também apreenderam um computador, uma máquina fotográfica, CDs e DVDs. O Instituto de Criminalística fará a perícia do material. O laudo sai em cerca de 30 dias. Além disso, a expectativa é de que novas acusações contra o pastor apareçam nas próximas semanas. Em conversa com o Correio Braziliense, o diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), o delegado Mauro Cezar Lima, ressaltou que a modalidade de prisão expedida pela Justiça é drástica, para casos com provas contundentes e bem elaboradas.

O religioso era próximo da família e acompanhava uma crise de relacionamento dos pais de uma das vítimas. Ele costumava buscar os meninos separadamente na casa dos fiéis para brincarem com o filho, de 8 anos. Os abusos teriam ocorrido no carro, quando ele voltava para entregar as vítimas aos pais. O advogado de Josuel, Ivan Bonfim, sustenta a versão do cliente de que a mãe de um dos garotos tentou se relacionar com o pastor e que, como não teria conseguido, inventou a história. Ivan diz que apresentará, no julgamento, mensagens da mulher para o suspeito, bem como diversas ligações.

De acordo com Ivan, o pedido de prisão foi exagerado, bem como a força policial utilizada para deter o acusado. O advogado relatou que a polícia arrombou a porta da casa do suspeito e o surpreendeu na cama. Em busca de provas, também revirou a residência. Mauro Cezar rebateu. “Trabalhamos de forma científica e técnica. Foi baseado nisso que o juiz expediu o mandado. E surpreendemos o acusado dormindo para que não houvesse chance de ele reagir. Nem contra a polícia nem contra a própria vida. Consideramos os riscos”, afirmou.

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